segunda-feira, 17 de março de 2008

BOCA

BOCA
(CRIS SOUSIL 28/12/06)

Que seja tua boca minha touca
e minha toca
uma foca
que salta e afoga
qualquer sinal de forca
e depressão.

Tua boca me aborda
me aloja e me apóia
em todas as horas
feito bóia
que não permite
naufrágios ou saltos
contra o chão.

Ah minha boca
anda louca
sem a fartura
de toda a tua
profana proteção.

No mundo afora
esta boca morta
já não mora
nem respira
sem a saliva
da boca tua
que a salva,
a alarga,
a cura,
a ressuscita.

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